Um belíssimo espetáculo da natureza consiste no modo com que as nuvens se locomovem pelo globo terrestre, tendo como força motriz os ventos. São as nuvens que portam e espalham pela face da terra a chuva necessária para que as plantas se desenvolvam, e toda a cadeia alimentar tenha seu fundamento primeiro. Onde chove, existe vida, onde isto não acontece, a aridez e a morte se fazem presentes.
No campo espiritual é um fenômeno de análogo significado que se passa. A chuva é a graça de Deus. E, quem são os seus portadores? Nada mais nada menos que aqueles homens e mulheres que Deus constituiu para tal finalidade. De um modo geral, todo batizado, se for fiel à sua nobilíssima vocação cristã, pode dizer-se uma nuvem da graça a espalhar pelo mundo sua ação vivificante. O vento que põe em movimento esta chuva celestial não é senão o Espírito Santo.
É nesse sentido que podemos entender o seguinte trecho de uma belíssima oração composta pelo grande São Luís Maria Grignion de Montfort, no qual este santo se refere especialmente aos por ele chamados “Apóstolos dos Últimos Tempos”:
“Líberos [filhos]: nuvens elevadas da terra e cheias de celeste orvalho que voem sem empecilhos, de todos os lados, conforme o sopro do Espírito Santo. Foi deles, em parte, que tiveram conhecimento vossos profetas, quando perguntaram: qui sunt isti qui sicut nubes volant? [quem são estes, que voam como nuvens?] (Is 60,8) – Ubi erat ímpetus spíritus illuc gradiebantur [Iam para onde o espírito os impelia] (Ez 1, 12).”
Uma das características do vento terreno consiste no fato de frequentemente, e de um modo inopinado, mudar sua direção e sua força motriz. Muitas vezes, torna-se preguiçoso, vindo até a desaparecer; outras vezes, manifesta-se veloz, mudando várias vezes seu sentido, sobretudo quando a tempestade começa a produzir seus temerosos efeitos. Devem as nuvens ser dóceis à ação do vento, indo para onde este como que caprichosamente as impele.
Com efeito, é este muitas vezes o modo com que o Espírito atua em sua obra evangelizadora sobre a face da terra, à semelhança do vento movimentando as nuvens pelo globo terrestre. É dever daqueles que se dedicam a tais atividades missionárias a docilidade para com esta suave, mas “caprichosa” ação. Devem ser eles semelhantes ao Apóstolo São Paulo quando formulou o desejo de evangelizar os povos da Ásia Menor; este foi interpelado misteriosamente por Deus, que o impediu de seguir aquela direção, sendo levado pelo Espírito até a Macedônia (Cf. At 16, 6-10).
Também a Cavalaria de Maria, em suas “Missões para Cristo com Maria”, tem que passar muitas vezes por situações semelhantes: começou esta temporada de 2012 em Minas Gerais, indo, depois, para o interior paulista, viajando posteriormente quase mil quilômetros para Brasília (DF), em continuidade, Campo Grande (MS)… e… agora… Joinville (SC), onde está visitando dos dias 19 a 24 de junho de 2012 a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Pirabeiraba.
Nem a chuva nem o frio atrapalharam a concorrida carreata que percorreu as ruas desta paróquia, na qual a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi fervorosamente acolhida pelos fieis e conduzida até a igreja matriz, onde foi celebrada pelo Pe. Antônio Humberto Zanini (pároco) a Santa Missa de abertura das Missões. Concelebraram o Revmo. Pe. Francisco Katsumassa Sakurata, EP, e o Revmo. Pe. Wanderlei Dansiger Xavier, EP.
No Comments Yet