Um dilema na Santíssima Trindade

Deus criou para os Anjos o Céu Empíreo; para os homens o Paraíso Terrestre; e para Si, Maria Santíssima. Com Ela Deus esgotou toda sua “imaginação”. Não A poderia ter criado mais perfeita, mais bela, mais maternal, mais caridosa, mais meiga do que A fez. Ela é a obra prima de Deus: é n’Ela que a Santíssima Trindade se orgulha.

Maria Santíssima resolveu um – como que – dilema que havia na Santíssima Trindade. Durante toda a eternidade Deus Pai, a própria Riqueza, a própria Substância, a própria Perfeição gera o Filho. Ele é o único cujo amor próprio é virtude: o amor d’Ele para Consigo mesmo é amor de Deus, é caridade. O conhecimento que o Pai tem de Si mesmo é tão rico, tão substancioso que gera uma Segunda Pessoa: o Filho. O Filho é idêntico ao Pai em tudo: absolutamente igual.

Se em vez do Filho, tivesse se encarnado Deus Pai, Ele teria sido exatamente igual ao que foi Jesus. Ora Deus Pai, olhando para Deus Filho e amando com o amor absoluto aquela perfeita imagem de Si; o Filho, olhando para o Pai e vendo a imagem absolutamente igual a Si e tendo um amor absoluto a Deus Pai – o Amor dos Dois – faz proceder uma Terceira Pessoa absolutamente igual aos Dois primeiros: Deus Espírito Santo.

É um Mistério ininteligível por nós, um dos principais mistérios de nossa fé. Entretanto, o Pai não é anterior ao Filho nem ao Espírito Santo; o Filho não é anterior ao Espírito Santo. Os Três existem por toda a eternidade: jamais tiveram início. Os Três são exatamente iguais entre Si no que diz respeito à substância divina. São distintos no que se refere à personalidade: uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.

Desde toda a eternidade o Pai buscava um meio de mostrar ao Filho seu amor de Pai. Mas como o podia, sendo exatamente igual ao Filho e o Filho exatamente igual a Ele? O Filho buscava um meio de mostrar ao Pai seu amor de verdadeiro Filho. O Espírito Santo buscava um meio de mostrar o amor e agradecimento que a Ambos tem por sua eterna procedência dos Dois. Como podia mostrar esse agradecimento e reverência aos Dois, sendo Ele exatamente igual?

Encontraram a solução em Maria Santíssima! Em Maria o Filho pôde assumir a natureza humana e de dentro da natureza humana voltar-se para o Pai e dizer com propriedade: “Pai!” O Pai podia olhar para a natureza humana do Filho e com propriedade dizer: “Filho!” E operando a Encarnação, o Espírito Santo poderia mostrar o amor que Ele tem aos Dois.

(Fonte: Curso São Tomás de Aquino – Arautos do Evangelho)

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Na noite de sábado, 29 de março de 2014, foi promovida na Paróquia São Pedro Apóstolo, em Bagé – RS, uma procissão luminosa com a reza do terço. Os fieis participaram muito alegres de darem um público testemunho de sua fé católica.