“Concedei-nos professar constantemente, para vossa maior glória, a fé que recebemos de nossos antepassados”. Este é o pedido feito na oração do dia do ofício da memória litúrgica do Bem-aventurado Inácio de Azevedo e seus companheiros, celebrada a cada ano no dia 17 de julho.
Tal pedido se reveste de um profundo significado para nós, brasileiros, uma vez que é feito na consideração destes gloriosos sacerdotes e fieis, mortos por corsários franceses calvinistas na proximidade das Ilhas Canárias, quando se dirigiam para o Brasil, no dia 15 de julho de 1570. A principal – e talvez única – razão pela qual receberam eles um tão violento desenlace foi o simples fato de professarem a fé católica, a qual era objeto de um profundo, intolerante e irracional ódio daqueles que tiveram a coragem de praticar este hediondo crime. É esta a razão pela qual devemos considerá-los verdadeiros mártires.
“Sangue de mártires, semente de cristãos”, diz Tertuliano. É sem sombra de dúvida que é tendo em vista esta famosa afirmação do grande escritor eclesiástico que na mesma oração acima citada se reza: “Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e nove companheiros para regarem com seu sangue as primeiras sementes do Evangelho lançadas na Terra de Santa Cruz…”, continuando com o que foi mencionado no começo do presente artigo.
Efetivamente, foi para professar a fé que receberam de seus brasileiros antepassados, para fazer valer tanto sangue derramado por estes e por outros tantos mártires de nossa gloriosa nação – do passado e do presente – que os fieis da Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças (Icoroaci – Belém – PA) participaram fervorosamente da procissão luminosa realizada na noite de quarta-feira, 17 de julho de 2013, dando um magnífico testemunho público de seu profundo espírito de fé.
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