Entre os santos, o primeiro

          No último dia 19, foi celebrada a solenidade do grande São José. Com efeito, a este santo a Mãe Igreja honra com um culto especial, o de protodulia.           Uma vez que aos santos comuns é devido o culto de dulia (do grego, veneração), este varão de Deus é venerado como o primeiro entre eles, visto que “proto” significa “primeiro”.

Por que São José é venerado desta maneira pela Santa Igreja? Pelo fato de ser ele o castíssimo esposo de Maria, o pai de Jesus segundo a Lei, o chefe da Sagrada Família de Nazaré.

São Bernardino de Sena, em um de seus sermões, a respeito de São José, tece o seguinte comentário:

          É esta a regra geral de todas as graças especiais concedidas a qualquer criatura racional: quando a Providência Divina escolhe alguém para uma graça particular ou estado superior, também dá à pessoa assim escolhida todos os carismas  necessários para o exercício de sua missão.

          Isto se verificou de forma eminente com São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha dos Anjos. Com efeito, ele foi escolhido pelo Pai Eterno para ser o guarda fiel e providente de seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. E cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. Eis porque o Senhor lhe disse: “Servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor!” (Mt 25, 21)

Além de chefe da Sagrada Família de Nazaré, é São José honrado com o título de Patriarca da Santa Igreja. De fato, ao ter sob seus cuidados o Verbo de Deus Encarnado e sua Santíssima Mãe, vigiava ele a casa do próprio Deus. E, o que é a Igreja senão a Casa de Deus? A Santa Casa de Nazaré não era outra coisa senão a primeira realização daquela que depois seria denominada a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a qual como a Santa Casa de Nazaré tem nada mais nada menos que São José como seu Patriarca. De fato, as duas Casas, a de Nazaré e a Santa Igreja devem ser consideradas uma só realidade no plano sobrenatural. Se São José é Patriarca de uma, por conseguinte, convém soberanamente que o seja de outra.

Uma outra maneira com a qual a Santa Igreja venera de um modo especial a São José é como Padroeiro da Boa Morte. Sabe-se que ele nunca é mencionado como um ente vivo pelos Evangelhos durante a vida pública de Jesus, conquanto a Santíssima Virgem o seja diversas vezes. O último fato, sob o ponto de vista cronológico, em que este santo varão é mencionado consiste no episódio da perca e reencontro do Menino Jesus no Templo. Conclui-se, portanto, – e com fundamentos na antiquíssima tradição eclesiástica – que entre este acontecimento e a Vida Pública de Nosso Senhor, ele tenha falecido. Que morte maravilhosa não deve ter tido São José? Antes de seu último suspiro, que mãos terão apertado por última vez suas mãos? Com que olhares se entrecruzaram seus últimos olhares? Quem lhe ofereceu o último consolo nesta terra de exílio? A quem ele deve ter dirigido e de quem deve ter ouvido as últimas palavras de sua existência terrena?

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          Ó São José, castíssimo Esposo de Maria, pai putativo de Jesus, chefe da Sagrada Família, Patriarca da Santa Igreja! É para vós que nossos olhos se voltam neste momento tão difícil da história da humanidade. Ó grandioso Patriarca! Voltai vossos olhos para a Santa Igreja Católica, a fim de que ela seja devidamente exaltada neste tempo em que sua presença, seus ensinamentos e preceitos – que são os mesmos de Cristo – estão sendo tão postos de lado, neste momento em que o gênero humano agoniza em meio ao desenfrear de suas paixões desgovernadas.

Ó São José, intercedei junto ao Sapiencial e Imaculado Coração de vossa amadíssima e castíssima esposa, a fim de que este intervenha o quanto antes sobre os acontecimentos deste mundo. Intercedei, ó glorioso varão, junto à vossa venerável Esposa, para que se dê o quanto antes o triunfo de seu Sapiencial e Imaculado Coração, seja exaltada a Santa Igreja, e ressurja sobre a face da terra com um esplendor nunca visto na história a única ordem em que a sociedade temporal deve estar estabelecida: a civilização da verdadeira paz, do autêntico amor, paz e  amor estes fundamentados na Lei de Deus. Que ressurja do meio das dolorosas ruínas às quais foi submetida pela humanidade pecadora a única civilização que deve subsistir sobre este mundo e que tem o nobilíssimo nome de Cristã. Amém.

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          Confira neste post as fotos das Santas Missas, adorações e bênçãos eucarísticas, bênção e imposição de escapulários de Nossa Senhora do Carmo, atividades estas realizadas na Igreja Matriz de São Judas Tadeu (Bagé – RS), durante a Semana Missionária.

A respeito da Semana Missionária realizada em sua paróquia, comentou o Pe. Domingos Manoel Rodrigues Lopes, após a Santa Missa de quarta-feira à noite: “É esta uma oferta, oferta de Deus para renovar nossa identidade cristã”.